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Acompanhe aqui os relatos, dicas, fotos e vídeos da Expedição 4x1 Retratos das Américas!



Spot

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Os ‘Pueblos Mágicos’ da Baja

Ficha 4×1

Data: 25/11/2012 à 27/11/2012

Saímos de: El Coyote (Mulegé), Baja Califórnia Sul (BCS) – México

Distância total: Aproximadamente 570 km (135 km até Loreto + 435km até Todos los Santos)

Onde dormimos: Nas barracas. Em Loreto: camping Riviera del Mar. Puerto Escondido (próximo a Juncalito): Trip RV Park. E saindo de Todos Los Santos, dormimos nas areias da praia San Pedrito.

Pneu Cheio: A impecável limpeza e organização turística da das cidadezinhas mexicanas que cultivam muito bem sua história e deveriam servir de exemplo para nós brasileiros!

Destino final: ‘Loreto’ e ‘Todos Santos’, Baja Califórnia Sul (BCS) – México

Tempo de viagem: Aproximadamente 7 horas (1h30 até Loreto + 5h30 até Todos los Santos).

O que comemos de bom: Quesadillas de camarão com cervejinha mexicana no restaurante Osvaldo – no centrinho histórico de Loreto!

Pneu murcho: Os custos nessas cidadezinhas são um pouco mais altos por serem redutos de “los gringos” – como os mexicanos e centro-americanos chamam os estadunidenses.

Trajeto: Seguimos sempre pela boa e bem sinalizada Carretera Federal 1 (México 1) – claro com uma ajudinha ou outra dos locais para achar praias ou pontos específicos.

Um ‘Pueblo Mágico’ é uma localidade que tem atributos simbólicos, lendas, história, feitos transcendentes, cotidiano, enfim MAGIA que emana em cada uma de suas manifestações socioculturais e que significam hoje em dia uma grande oportunidade para o aproveitamento turístico. (do site da SECTUR – Secretária de Turismo do México)

E essa definição não é à toa! Uma das coisas que mais nos chamou a atenção ao longo de nossa passagem pelo México foi a exemplar organização de seu turismo. Das ruas de paralelepípedo, às luminárias bem pintadas; das centenárias igrejas de diversos estilos às casas da elite colonial; os museus, os palácios, os eventos artístico-culturais nas inúmeras praças… Enfim, o estado de conservação e organização das cidades mexicanas, preservando sua história desde o período pré-colombiano até o colonial, bem como aspectos de tradições locais, deveria servir de exemplo para nós brasileiros!

Nosso primeiro contato mais evidente com esse universo de surpresas e histórias se deu ainda na Baja Califórnia Sul, nas duas únicas localidades do estado (Loreto e Todos (los) Santos) que figuram entre as 83 cidades contempladas nesse programa do governo federal, denominado Pueblos Mágicos. Vale somente uma ressalva: não são somente as cidades pertencentes a esse programa que são de tirar o chapéu não! Essas são, normalmente, pequenos povoados, mas há também algumas outras cidades maiores que são igualmente, ou ainda mais, surpreendentes!

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História…

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…cotidiano…

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…lendas…

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…e atributos simbólicos, são as características dos Pueblos Mágicos mexicanos! Exemplar investimento do turismo do México.

Nossa passagem começou em Loreto. Depois de 3 dias acampados em El Coyote sem quase ter estrutura, voltamos para uma vida mais “tradicional”. Assim, aproveitamos o “conforto” do bem estruturado camping Riviera del Mar (que apesar do nome não era tão perto do mar) para lavarmos roupa e capricharmos na higiene pessoal :) (heheheh). E claro, demos uma atualizada nos e-mails, site, redes sociais e etc.

Logo após as 12h saímos para uma volta na pacata cidade de Loreto (ou Conchó, como era conhecida pelos nativos antes da chegada dos espanhóis). Rodeada de prédios coloniais erguidos desde início do século XVIII, nossa primeira parada foi justamente no principal e mais antigo deles: a Misión de Nuestra Señora de Loreto Conchó. Apesar da igreja que encontra-se ali atualmente ter sido construída em 1740, a missão de Loreto foi fundada em 1697 e por isso é considerada ‘La cabeza y madre de las misiones de Baja y Alta California’ – A cabeça e mãe das missões (jesuíticas) da Baixa e Alta Califórnia. Após a chegada dos espanhóis às Américas, durante quase 150 anos eles tentaram colonizar a península. Mas foi somente em 1697 que os missionários jesuítas comandados por Juan María de Salvatierra conseguiram, sob suas próprias responsabilidades e recursos, colonizar a região onde hoje fica a cidade de Loreto. Dali partiriam as próximas missões jesuíticas que fundariam uma série de missões e vilas ao longo de toda a península até o atual estado da Califórnia, nos EUA. E assim, o cristianismo era espalhado para aquelas bandas da América; bem como a submissão à Coroa espanhola e as inúmeras doenças que dizimavam milhares de nativos.

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A igreja de Nuestra Señora de Loreto – local onde existiu a missão de Nuestra Señora de Loreto Conchó, de onde partiram todas as missões jesuíticas das Califórnias. (BCS, México)

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Por dentro da igreja de Nuestra Señora de Loreto

Por esses motivos, Loreto tornou-se (e ostenta o título até hoje) a capital histórica das Califórnias: da Alta (onde hoje está o estado norte-americano) e da Baixa (no México). Ao redor da igreja fica o palácio municipal e o limpo e bem conservado centrinho histórico, com ares ainda coloniais. Uma rua inteira coberta por árvores em forma de arco, sem acesso a veículos, é um dos principais charmes da cidade. É um lugarzinho mais fresco no centro da ensolarada e pacata Loreto, agradável para uma leitura, um sorvete ou um papo entre amigos num entardecer.

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O Palácio Municipal de Loreto com os dizeres de “Capital histórica de Las Califórnias”, em Loreto (BCS, México)

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Um “marco zero” também ostenta o título de Capital Histórica de Las Califórnias – em Loreto – BCS, México

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A agradável rua inteiramente coberta de árvores em forma de arco (Loreto – BCS, México)

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As deliciosas quesadillas de camarón no restaurante Osvaldo em Loreto (BCS, México)

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O delicioso prato com Arroz, Frijoles (feijões), Guacamole (abacate) e Quesadillas de camarón acompanhado da cerveja Pacífico ali do norte do México (em Loreto – BCS, México)

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A cidadã de Loreto colhe assinaturas de outros munícipes para enviar um abaixo-assinado à prefeitura pedindo a não criação de um Casino em Loreto – Tomara que tenham êxito contra o Casino!

No final de tarde seguimos mais ao sul para arrumar um lugarzinho para dormir. Paramos primeiramente em Juncalito e sem encontrarmos nada que nos tenha agradado fomos para Puerto Escondido. O local é um ponto onde os mais “bem afortunados” (principalmente estadunidenses) encostam suas lanchas. Um bar no alto do píer proporciona um agradável final de tarde bem no clima tranquilo que estávamos vivendo ali na Baja – com cerveja, papo e leituras.

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Vista do píer de Puerto Escondido (BCS, México)

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Relaxando no final de tarde no píer de Puerto Escondido (BCS, México)

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A bela vista que nos deparamos ao acordar no camping Trip RV Park, em Puerto Escondido (BCS, México)

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Nandes desmontando a barraca no camping de Puerto Escondido (BCS, México)

Na manhã seguinte rumamos para Todos Santos e o caminho passa por La Paz (capital da Baja California Sul) onde iríamos passar em nosso caminho de volta para o ferry – que nos levaria para parte continental do México – então fizemos somente uma pausa para almoço. Todos Santos foi fundada em 1723 por missionários provenientes da missão de La Paz que partiam sedentos por terras férteis para a exploração do cultivo de milho e cana de açúcar e em busca de converter um maior número de índios. Centenas de anos se passaram e com o surgimento da estrada que conecta La Paz a Cabo San Lucas (principal destino turístico da Baja Califórnia, principalmente de norte-americanos), passando por Todos Santos, a cidade obteve seu auge turístico e, em 2006, foi declarada “Pueblo Mágico”. E é claro que a cidade também foi invadida pelos “gringos”!  Apesar de muito agradável e de um muito arrumado centro histórico com igreja, teatro e muitos artesanatos, os preços em dólares e as constantes abordagens em inglês nos incomodaram um pouco. Afinal a cidade é um retiro dos americanos – principalmente casais – que buscam um pouco de paz e melhor gastronomia do que ­encontrados em Cabo San Lucas.

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Parada para almoço na estrada próximo à La Paz (BCS, México)

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Limpa e bem conservada a pracinha de Todos Santos é cercada de placas que remontam a história da cidade.

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Tradicional no México, os ‘murales’ retratam traços da economia da cidade, construções importantes, belezas naturais e imagens de figuras importantes da história Mexicana como Benito Juarez, Miguel Hidalgo, entre outros… (em Todos Santos – BCS, México)

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A fachada do Teatro de Todos Santos – BCS, México

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O interior do teatro de Todos Santos – BCS, México

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O artesanato típico em Todos Santos, BCS, México

E era para lá que nós íamos no dia seguinte. Seguimos mais ao sul rumo a “Los Cabos” (onde fica Cabo San Lucas) e, depois de rodarmos e perguntarmos para inúmeros locais, resolvemos passar a noite em Las Piedritas. Uma praia já não muito frequentada (a não ser por um ou outro surfista) e de difícil acesso. Mas estávamos com a Tanajura e nossa companheira já estava bem familiarizada com terreno pedregoso e de areia fofa! Tirou de letra!

Armamos acampamento e comemos um lanchinho ali mesmo na areia. ”Déjà vu” de Jericoacoara? :)  Parece né?! Hahahaha…

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Lanchinho noturno na praia de Las Piedritas, BCS, México!

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Saída de manhã para Cabo San Lucas, BCS, México

Para ver mais fotos de nossa passagem por Loreto e Todos Santos, clique aqui!

2 Comentários

  • Assim como no Brasil, países onde há fome e subdesenvolvimento os aspectos históricos são largados ao relento ou demolidos para dar lugar a enormes e faraonicos projetos. Quem vê fotos de São Paulo antigo, lamenta profundamente a chegada do progresso. Os prédios antigos continham um charme e um valor histórico magnífico que hoje se preservados, seriam capazes de atrair um forte fluxo turístico caracterizando uma fonte econômica de peso. Acredito que os Mexicanos apesar de toda fome e miséria conseguiram unir nas pequenas cidades, uma conciência de preservação do lá havia.

    • 4x1
      4x1 Says

      Exatamente! Um de nossos sonhos e, quem sabe, objetivos (direto ou indireto) seria poder contribuir futuramente para que o Brasil saiba valorizar a sua história e convertê-la em potencial turístico! E, mais importante, que isso seja valorizado por nós brasileiros, através do incremento do turismo nacional. Pois notamos que, apesar do México ser fortemente “invadido” pelos americanos, um dos principais fomentadores e incentivadores dessa valorização da riqueza cultural do turismo mexicano, é o próprio mexicano em si, que viaja bastante pelo país!

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