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Dos lagos mais profundos à Cidade das Rosas

Ficha 4×1

Data: 06/09/2012 à 11/09/2012

Saímos de: Stanford, CA

Destino: Portland, OR passando pelos pelo Lake Tahoe, CA e pelo Crater Lake, OR

Distância: 1.295 km, sendo que 288km de Stanford à South Lake Tahoe, 628km South Lake Tahoe até o Crater Lake National Park e em seguida 378km até Portland.

Tempo de viagem: 6 horas no primeiro trecho, depois de bastante trânsito na região de Mountain View; mais cerca de 6 horas no segundo e 7 horas no último, sendo que paramos por cerca de 3 horas em um outlet no caminho.

Trajeto: Pegamos a I-80 até a altura de Sacramento, onde desvíamos pela US-50 em direção à South Lake Tahoe. De lá, seguimos pela mesma estrada, até Reno, onde desviamos em direção a Klamath Falls pela US-395 seguida pela CA-139. De lá tomamos a estadual OR-39 até Portland.

Onde dormimos: Acomodações relativamente baratas em h(m)óteis beira de estrada. Ainda sem a Tanajura e nossas barracas automotivas, buscamos opções baratas em termos de hospedagem.  Em South Lake Tahoe e em Klamath Falls, próximo ao Crater Lake, encontramos bom custo-benefício no America’s Best Value Inn. Já em Portland encontramos um Quality Inn localizado na entrada da cidade.

O que comemos de diferente: Frutas e outros alimentos frescos no Farmer’s Market de Portland. Estar na cidade na semana em que a feira ocupava a principal praça da cidade (Pioneer Courthouse Square) foi uma grata surpresa.

Pneu cheio: Visual impressionante dos lagos, seguido do conforto aconchegante de Portland. Este trecho da viagem proporcionou paisagens muito bonitas e românticas (ainda que soe estranho para um grupo de marmanjos!). Tudo coroado pelo conforto gostoso de uma cidade peculiar como Portland.

Pneu murcho: A Tanajura faz falta! Já fazia cerca de um mês que estávamos sem nossa querida companheira de estrada, enquanto ela seguia cruzando o Pacífico. Saudade bateu forte!

Dos lagos mais profundos à Cidade das Rosas

Era fim de noite quando chegamos à região do gigantesco Lake Tahoe, o maior lago de montanha da América do Norte e o segundo mais profundo dos EUA (501 metros de profundidade). Ele está localizado a cerca de 2000 metros de altura em meio aos montes da Sierra Nevada, exatamente na fronteira entre Califórnia e Nevada, de maneira que se divide entre ambos os estados. O lugar é muito famoso pelos inúmeros resorts para esqui durante o inverno, quando a neve toma conta das montanhas, mas também proporciona visuais de tirar o fôlego fora da temporada.

Ficamos hospedados na charmosa cidade de South Lake Tahoe, sul do lago, ainda do lado californiano, de onde tínhamos uma localização privilegiada em relação aos atrativos que gostaríamos de visitar e boas opções de hotéis e restaurantes. A principal atração da cidade é a Heavenly Gondola, um teleférico que dá uma visão panorâmica de parte do lago. Achamos o preço um tanto quanto salgado (cerca de US$35 por pessoa), então acabamos deixando ele para a próxima.

Depois de uma boa noite de descanso, partimos para explorar a região. Pegamos o Besouro e fomos contornando o lago em direção à Emerald Bay, ao mesmo tempo em que apreciávamos as belas paisagens ao longo do caminho. Emerald Bay foi uma recomendação dos locais, que logo se justifica. Tem vistas de brilhar os olhos e abriga alguns dos principais atrativos turísticos da região. Entre eles está a única ilha do Lake Tahoe, a Fannete Island. Ela chama atenção em meio ao azul cristalino da água em sua volta, e ainda guarda o que resta da extravagante Tea House (Casa de chá), construída pelo mesmo dono do Vikingsholm, uma “casa de verão” suntuosa à beira do lago, que hoje é um museu.  Tudo isso dá um toque especial ao que já é muito belo por si só.

Uma caminhada leve por uma trilha nos levou até o Eagle Lake, um lago menor, paralelo ao Lake Tahoe.  O movimento lento da água cristalina ao sabor do vento chega a hipnotizar, diante da paz que é estar naquele local. Passamos alguns minutos em silêncio, apenas curtindo a tranquilidade. Muito bom o sentimento de estar em contato com a natureza como se realmente fizéssemos parte dela, sentimento esse que muitas vezes se perde diante da rotina estressante que levávamos na cidade.

Dia seguinte, continuamos viagem até a cidade de Klamath Falls, onde passaríamos a noite antes de seguirmos em direção ao Oregon, até o Parque Nacional do Crater Lake, o lago mais profundo dos Estados Unidos. Os americanos que gostam de dar nome a tudo chamam de Rim Drive o trajeto de entorno do lago, com diversas paradas para apreciar a vista e explicações sobre sua formação geológica. O Crater Lake é basicamente o resultado de uma explosão vulcânica, a qual abriu a cratera que mais tarde daria o lugar ao lago. Contornamos parte dele, parando diversas vezes para observar sua beleza.

Mais um trecho de estrada nos levou à peculiar cidade de Portland. Infelizmente, tínhamos apenas um dia para passar na cidade, já que precisávamos começar a agilizar a burocracia para liberação da  Tanajura no porto de Tacoma, próximo à Seattle. O pouco tempo que passamos por lá foi o suficiente para termos uma experiência bastante intensa na cidade.

Até onde sabemos, Portland injustamente não costuma estar nos roteiros mais tradicionais, a não ser que haja interesse em fazer compras, afinal não se paga impostos sobre a venda de produtos (sales tax) no Oregon. A Cidade das Rosas é famosa pelas condições perfeitas para cultivo da flor, que crescem vistosas por toda a cidade. O International Rose Test Garden é um laboratório de rosas a céu aberto. Com cerca de sete mil rosas de mais de 500 espécies diferentes, o jardim é considerado o maior do seu tipo no mundo. Uma explosão de cores toma conta do lugar e encanta até os menos entusiastas da floricultura. Próximo a ele está também o Japanese Tea Garden, o maior do seu tipo fora do Japão. Infelizmente não conseguimos visitá-lo, porque pelas manhãs de segunda-feira, quando passamos por ele, costuma estar fechado. Ainda no Washington Park, passamos aos fundos da Pittock Mansion para apreciar uma bela vista panorâmica da cidade, incluindo o Mount Hood ao fundo. A mansão por si só, é também bastante interessante e guarda parte da história política da cidade em seus interiores.

Passando pela principal praça da cidade, a pacata Pioneer Courthouse Square, tivemos uma grata surpresa. Estava estreando na cidade uma feira anual conhecida como Farmer’s Market (mercado dos fazendeiros). Produtores locais de frutas, verduras, carnes e todo tipo de alimentos da fazenda vêm à cidade para expor seus produtos em barraquinhas montadas na praça. Comidas deliciosas e os mais variados tipos de berries alimentam os visitantes, enquanto bandas locais se apresentam em um palco improvisado.

Nos arredores da praça, outros artistas locais também se apresentavam pelas calçadas. Alguns expunham suas pinturas outros sua música. Ficamos impressionados com a habilidade particular de um deles, que nos fez parar por quase meia hora em uma das esquinas, apenas apreciando a música do seu contrabaixo. A cada mudança no semáforo, novas pessoas se juntavam a nós e outras seguiam seu caminho. Permanecemos ali por um bom tempo. Portland se orgulha de manter essa vivacidade artística na cidade. Keep Portland Weird (Mantenha Portland Estranha) é um lema que se vê com relativa frequência pichado nas paredes da cidade.

Pudemos fazer também uma visita ao Pioneer Courthouse, o tribunal que dá nome à praça. O prédio construído em 1869 é um dos edifícios federais mais antigos da região. A visita conta um pouco da história do tribunal, e dos casos mais famosos que passaram por ele. O interessante é poder visitar o tribunal enquanto os funcionários continuam trabalhando como se nenhum turista passasse por ali. Pudemos até pegar uns docinhos na sala do juiz, gentilmente oferecidos pela sua secretária. Além disso, foi bastante interessante a vista de cima da torre.

O fim da tarde terminou com um curry japonês (daqueles bem picantes!) no restaurante Kalé depois de uma caminhada pela cidade (veja mais aqui – ao entrar no restaurante você se sente no Japão, o ambiente é super tradicional e diferenciado. Além disso, a comida é muito boa e o preço é baixo, enfim, vale muito a pena e foi uma ótima descoberta ;)). Depois de uma rápida passada pelos blocos da Universidade de Washington, tomamos um trem gratuito (sim, algumas linhas são gratuitas na cidade), até a margem do rio Willamette. Portland impressiona pela quantidade de árvores espalhadas pela cidade. Aliás, diz-se que é uma das cidades mais “verdes” dos EUA.

Vistas paradisíacas dos lagos, passeio pelos jardins de rosas e música clássica ao vivo em uma pracinha mais que aconchegante. Só faltaram namoradas para completar o romantismo dessa passagem da nossa expedição. Seguimos adiante, ansiosos para matar a saudade da Tanajura, depois de suas merecidas “férias”.

 

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