Ficha 4×1
Data: 29/06/2012 a 03/07/2012
Saímos de: Jericoacoara (CE)
Paramos em: Parnaíba (PI)
Destino: Barreirinhas (MA)
Onde dormimos: Hotel Pousada dos Ventos, em Parnaíba (PI), e Pousada do Buriti, em Barreirinhas (MA).
O que comemos de diferente: Peixe à Delícia, em Barreirinhas.
Pneu cheio: O passeio à praia de Caburé, cujo grande destaque foi o percurso até a praia, passando por inúmeras atrações.
Pneu murcho: Infelizmente, as dunas estavam sem os famosos lagos que conhecemos pelas fotos. Apesar de termos passado pelo parque na época mais recomendada, nesse ano as chuvas não ocorreram como previsto e os lagos não se formaram.
Depois as altas emoções de Jeri, continuamos nossa viagem rumo ao Delta do Parnaíba, ainda na luz do dia, e fomos tentar negociar nosso passeio por um dos poucos deltas em mar aberto do mundo, o único das Américas. Pouco conhecido comparado aos seus vizinhos (Jericoacoara no lado cearense e os lençóis no Maranhão), o Delta do Parnaíba é o ponto central da rota das emoções. Sua beleza é decorrente de sua paisagem que mescla ilhas, dunas e mangues. A origem do nome Delta está na forma de sua foz, que forma um triângulo, no mesmo formato da letra delta do alfabeto grego.
Depois de muito rodar, encontramos a agência Morais Brito Viagens, do Sr. Edilson, que além de nos fazer um preço camarada, nos conseguiu um lugar para passar a noite e tomar um café da manhã. Nesse meio tempo, tivemos a oportunidade de conhecer um casal de aventureiros, Julio e Hanna, que estão fazendo uma expedição pela américa do Sul (http://julioehanna.com/). Como sempre que encontramos outros aventureiros, trocamos algumas dicas e informações sobre nosso extenso continente. O lugar em que ficamos era o Hotel Pousada dos Ventos, um lugar agradável e que oferece um saboroso café da manhã.
Depois de uma noite agradável em nossa barraca no estacionamento do hotel e do saboroso café da manhã, fomos encontrar o Sr Edilson e o nosso guia já no cais, os quais nos aguardavam com uma lancha.
Durante o passeio, passamos por inúmeros igarapés, visitamos alguns manguezais repletos de carangueijos, fomos até a praia, na qual pudemos ver um dos braços do delta.
Ainda fizemos outras duas paradas: A primeira parada foi em um restaurante, não para almoçar, mas para apreciar a vista que se tinha do mirante, enquanto a segunda parada foi nas dunas, já próximo do cais. Nossa passagem pelo Delta foi rápida, menos de 24 hrs, mas consideramos positivo ter visitado esse desconhecido, mas relevante ponto da geografia brasileira.
Saímos do Delta do Parnaíba após o almoço do dia 30 de junho e partimos em direção aos famosos Lençóis Maranhenses, mais especificamente para a cidade de Barreirinhas, onde se localiza a maior parte da estrutura de suporte ao turista que visita os Lençóis. Durante a viagem, tudo normal, sem imprevistos. Sabíamos que a partir da cidade de Paulino Neves teríamos que buscar informações sobre como realizar o percurso até Barreirinhas e assim aconteceu: chegando à cidade de Paulino Neves já fomos abordados por vários guias locais que se dispuseram a nos guiar pelos 38 kilometros de estrada de terra/areia até nosso ponto final. Isso seria necessário pois não existem placas nesse trajeto e as trilhas se dividem em várias direções, o que pode facilmente confundir uma pessoa que não conhece a região.
Conversando com os guias em Paulino Neves achamos os valores para o serviço de guia salgados demais (estavam cobrando 100 reais em média). Para a nossa “sorte”, enquanto negociávamos apareceu um homem que estava partindo para Barreirinhas guiando mais dois carros e se dispôs a nos ajudar. Já estava ficando tarde e a cada minuto que passávamos alí mais a noite se aproximava. Decidimos então aceitar, baixamos a calibragem dos pneus para enfrentar a areia e começamos a seguí-lo. De início já vimos que o nosso novo guia gostava de velocidade e o avisamos que, como nosso carro é pesado, não poderíamos seguir tão rápido. Ele entendeu (ou melhor, disse ter entendido) e seguimos viagem. A noite já dava seus sinais enquanto nós adentrávamos mais e mais na mata da região.
Junto a isso nosso guia se distanciava cada vez mais de nós, até que ele parou o carro, deu meia volta e nos disse que iríamos por outro caminho pois aquele estava muito ruim para a Tanajura. Concordamos e, quando começamos a virar o carro para seguí-lo, o garoto simplesmente desapareceu. Simples assim, acelerou e foi embora. Ainda tentamos, sem sucesso, seguir o caminho por onde ele foi, mas logo nos deparamos com várias bifurcações e não tínnhamos como saber qual pegar, todas apresentavam marcas de pneus. Bom, estávamos sozinhos, a noite tinha acabado de chegar, não havíamos alcançado nem a metade do trajeto e tudo o que tínnhamos era alguns moradores locais espalhados pela trilha e a indicação de nosso GPS de que Barreirinhas estava a nosso oeste. Não tínhamos opção, era seguir com isso ou nada! Pedimos algumas orientações na primeira casa que achamos e seguimos rumo ao oeste pelas bifurcações que encontrávamos. Em alguns momentos a trilha se mostrava bastante traiçoeira com a Tanajura, com areiões pesados e passagens estreitas pela mata, mas nossa companheira superou todas os entraves! Chegamos em Barreirinhas depois de duas horas de estrada, aliviados e felizes com o desafio superado.
Na cidade pedimos algumas indicações de hotéis e paramos na Pousada do Buriti. Lá fomos atendidos pela proprietária da pousada que gentilmente nos ofereceu hospedagem para os dias que ficamos em Barreirinhas.
Após estacionarmos a Tanajura na pousada, fomos dar uma volta a pé por uma pequena orla turística existente na cidade, onde encontram-se vários restaurantes, dentre eles o Barlavento, onde comemos um Peixe à Delícia; já pelo nome pode-se imaginar o que achamos!
Tiramos a manhã do dia seguinte para resolver algumas pendências e, após o almoço, partimos para as dunas em um pacote que nos foi oferecido pela empresa São Paulo Ecoturismo.
Percorremos um trajeto de aproximadamente 45min em uma Toyota Bandeirante, com bancos instalados na caçamba, atravessando pequenos rios e muita areia, até que chegamos ao parque de dunas. Nele existem mais de 2 mil lagoas, todas formadas pela água de chuva, chuva esta que nos últimos tempos não apareceu por lá e por isso as lagoas estavam praticamente todas secas. Apenas uma estava com água, que era a Lagoa do Peixe, na qual ficamos por quase duas horas aproveitando a tarde e o visual dos Lençóis. Mesmo sem as lagoas, a imensidão do parque por si só já impressiona, com uma paisagem de dunas que se extende até onde nossos olhos podem alcançar.
Ao fim da tarde fomos contemplados com um bonito pôr-do-sol e nascer da lua cheia, que vista das dunas estava ainda mais incrível que o próprio sol.
No dia 2 de julho marcamos, também pela agência São Paulo Ecoturismo, um passeio de lancha até a praia de Caburé. Leva-se aproximadamente 1 hora para se chegar à praia, em um percurso de lancha que percorre o rio Preguiças em meio a mangues da região, trajeto que foi precisamente feito pelo nosso condutor e guia Johnny, gente boníssima que nos contou muito sobre a história, fauna e flora da região. Antes da chegada à praia de Caburé paramos em Vassouras, onde existe uma colônia de macacos-prego que foi ilhada pelo avançar das dunas e hoje vive em harmonia com os habitantes da região. Paramos também em Mandacaru, onde visitamos um farol que auxilia na navegação pela região. Chegando a praia de Caburé, a mudança brusca de visual impressiona pela sua beleza. Enquanto percorremos todo o trajeto acompanhados pelos mangues, chegando à praia as dunas tomam conta da paisagem e a transformação repentina do ambiente nos faz questionar como sistemas tão diferentes podem estar localizados quase que no mesmo local. Incrível.
Em Caburé encomendamos nosso almoço e ficamos esperando na praia. Almoçamos e já pegamos a lancha para voltar ao porto de Barreirinhas. Apesar de o passeio ser chamado de “Caburé”, com certeza o percurso é o mais impressionante do programa, muito mais que a própria praia de Caburé. O largo rio Preguiças, as explicações do nosso guia Johnny, o contato com a colônia de macacos-prego, o visual de cima do farol e a convivência das dunas com o mangue foram os pontos altos daquele dia.
Para a manhã do nosso último dia nos Lençóis Maranhenses, 03 de julho, fechamos um passeio de bóia-cross pelo rio Cardosa. Pegamos carona em mais uma Toyota Bandeirante adaptada, para percorrer, por aproximadamente uma hora e vinte minutos, uma esburacada estrada de terra até chegar ao rio e iniciar nosso passeio.
Foi uma hora de descida do rio em bóias circulares. Conosco havia tanto pessoas de idade quanto crianças: como o rio é calmo, todos os públicos podem fazer esse programa.
É necessário apenas atenção para não se machucar na vegetação de margem do rio, pois em alguns momentos a correnteza do rio pode levá-lo à margem se você não estiver atento. Para coordenar o passeio, acompanhando o grupo de turistas vão sempre um ou dois guias locais. No fim do trecho de descida do rio a Bandeirante já estava nos esperando para então voltarmos à cidade, através do mesmo trajeto de ida.
Almoçamos no simples e justo restaurante Sabor da Brasa, do senhor Jordano ((98) 3349-0739), que serve pratos bem-servidos, com qualidade e em torno de 10 reais, uma boa pedida para quem está a procura de refeições mais em conta em Barreirinhas. Abastecidos após o almoço, partimos então para a capital do estado do Maranhão, São Luis!
Para mais fotos dos Lençóis Maranhenses (MA) e do Delta do Parnaíba (PI) acesse nosso Flikr no link http://www.flickr.com/photos/4×1/sets/72157630878455806/
12 Comentários
Olá
Estou adorando acompanhar a viagem de vcs!!!
Foi uma pena nao ter chovido… as lagoas sao linnnnndas! Já estive nos Lencois Manh. 2X e as lagoas estavam cheias… eh inesquecível … Simplesmete indescritível … só estando ai pra saber :))
Boa viagem…
Oi Patrícia! Que legal que está gostanto, ficamos realmente felizes em saber disso =) Beijos da Expedição 4×1!
ESSE ANO DEU CHEIA RECORDE NO RIO NEGRO E SÊCA NOS LENÇOIS; ETA BRASILZÃO!!!!!!!
CONTINUEM COM OS SAINTS THAT GO MARCHING IN !!!!!!
BJS
Pois é Geyza, você viu só! São os contrastes do nosso Brasil! E pudemos presenciar essas duas tristes realidades!! Beijoss
Fala moçada! Através da vossa viagem percebi uma grande oportunidade de negócio, vender aparelho de barbear… parece que por onde vocês passam este instrumento não existe…rsrsrsrsrs
Bem, deixando a brincadeira sem graça de lado, senti falta do vídeo que dá vida nos vossos posts e nos faz viajar literalmente com vocês. Sei que, talvez, não dá pra fazer, mas não deixem de mandar sempre que possível, é muito legal! Ah! uma dúvida, por que só o André aparece na fila do café, é ele quem paga para depois distribuir para vocês??? hihihihihihihi
Forte abraço do amigo Tide. Estamos sempre torcendo por vocês.
Oi TIde!! Pois é, estamos passando longe dos aparelhos de barbear, hehehe! Os próximos vídeos estão por vir, esperamos que continuem “dando vida” aos post =)
Sobre o André na fila….ele quis posar de garoto propaganda do hotel, foi isso! hehehe
Abração!!
As paisagens enternecem o coração, faltam as palavras para dignificar tamanha beleza deste pais maravilhoso.
Àqueles que fazem da vida mais do que uma mera sucessão de momentos repetidos, transcedendo o incomum, inspirando caminhos mais excelentes.
Obrigado!
Oi Luiz, muito bonitas as suas palavras!! Que bom que gostou deste relato…esperamos poder continuar trazendo relatos e imagens interessantes durante a viagem! Abraços!
Que demais essa aventura de vocês!! A paisagem é mágica, os textos são muito bem escritos… Parece que podemos viajar com vocês!!
Só fiquei com uma dúvida: se vcs estiveram nos Lençóis no início de julho, onde será que vcs já estão?!
Meninos, continuem aproveitando tudo por aí!! Que eu vou continuar viajando com vcs…
Valeu Luiza!! Ficamos muito honrados com essa possibilidade de poder levar os leitores para viajarem com a gente, de verdade!! =)
Então, agora estamos na Venezuela já, mais precisamente em Mérida!! O que ocorre é que pra atualizarmos o site com textos, vídeos e fotos demoramos um pouquinho hehehe!
Lençóis Maranhenses é um lugar especial demais! Não foram a Lagoa Azul e Bonita? Agora me contem uma história . . . Pousada Buriti?!?! Que chique heim! Aproveitem as mordomias quando aparecerem! =)
Oi Grace, pois é, você viu só? Conseguimos uma parceria bacana com o pessoal lá…e eles nos ofereceram a hospedagem em troca da divulgaçã!! =)
Como os lençóis estavam secos, a única lagoa que tinha água era a do Peixe!! Uma pena, mas também nos motiva a voltar, em uma outra oportunidade, para aquele lugar, que é fantástico!! Beijos!