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Acompanhe aqui os relatos, dicas, fotos e vídeos da Expedição 4x1 Retratos das Américas!



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A Lendária Highway 1 – California, EUA

Ficha 4×1

Data: 24/08/2012 a 28/08/2012

Saímos de: Los Angeles, CA – EUA

Paramos em: Santa Bárbara, CA – EUA

Destino final: Península de Monterey, CA – EUA

Distância total: pouco mais de 560 km (em 4 dias)

Tempo de viagem: Los Angeles – Santa Bárbara (2 horas e meia) Santa Bárbara – Monterey (10 horas – contando INÚMERAS pausas para fotos e a janta)

Trajeto*: Saímos de Los Angeles e logo pegamos a Highway 1 até Santa Bárbara. De lá fomos para Península de Monterey (onde fica localizada Monterey e Carmel) passando pela parte mais bonita da estrada: o ‘Big Sur’!

Onde dormimos: em Santa Bárbara e Monterey – como não tínhamos a Tanajura – dividimos um quarto de motel.

O que comemos de bom: Legumes cozidos, uma deliciosa pizza de massa fina e uma sobremesa no aconchegante restaurante Big Sur Bakery & Restaurant, em Big Sur.

Pneu Cheio: Apesar das belíssimas vistas da Highway 1, as trilhas pelo Point Lobos State Natural Reserve é simplesmente imperdível para quem percorre esse trecho da Califórnia.

Pneu murcho: Os altos preços dos motéis na região – é bom reservar com antecedência, mesmo no final do verão.

Seja assistindo a um lançamento Hollywoodiano, ouvindo o ‘surf rock’ do The Beach Boys ou o estilo ‘alternativo’ do Red Hot Chili Peppers, a Califórnia sempre esteve – de alguma forma presente ao longo de nossas vidas. O ‘Golden State’, como é conhecido o estado, abriga as famosas cidades de Los Angeles e San Francisco; é também um dos principais celeiros da indústria da tecnologia (Vale do Silício) e hoje um dos maiores produtores mundiais de vinho. Diversas estradas cortam o estado, principalmente de Norte a Sul, mas a que mais se destaca é a chamada Highway 1 que nasce em Dana Point (ao sul de Los Angeles) e se estende até São Francisco.

E lá estava a Expedição 4×1 novamente prestes a encarar mais algumas longas horas de estrada. Mas dessa vez não seria uma estrada como outra qualquer. Era ‘A’ Highway 1! Pra quem se lembra da canção ‘As curvas da estrada de Santos’ de Roberto Carlos, sabe que nela o rei imortalizava uma de nossas mais famosas e belas estradas brasileiras: a Rio-Santos (BR-101) que corta belas praias como Ilhabela, Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis. Assim também acontece com a lendária Highway 1 que conecta Los Angeles, Malibu, Santa Bárbara, Carmel na Península de Monterey e, finalmente, São Francisco!

Apesar do trecho mais bonito (e mais rodado) ser entre San Luís Obispo e a península de Monterey – onde fica a região conhecida como Big Sur – a Expedição optou por percorrer a Highway 1 inteira, desde Los Angeles.

Saímos de Los Angeles após o almoço, costeando as praias de Santa Mônica e Malibu e, após uma foto ou outra, chegamos a Santa Bárbara por volta das 16h. A primeira coisa que fizemos foi procurar um Starbucks para usar a internet em busca de reservarmos um motel mais barato – pois os que tínhamos visto até então estavam muito caros. Estávamos ainda na companhia do Daniel e da Lu e num espírito de curtir a cidade caminhamos pela rua principal até o Pier de Santa Bárbara.

Uma coisa que nos chamou a atenção no Pier foi a criatividade de alguns pedintes de esmola que criaram uns “joguinhos” de papelão (estilo tiro-ao-alvo) de forma que você usava sua moeda para acertar o alvo! Americano realmente sabe ganhar dinheiro!

Badalada e muito arrumada, Santa Barbara é conhecida como a Riviera Americana e fica assentada aos pés da íngreme montanha Santa Ynez. No final da tarde, presenciamos a uma fina neblina que se deslocava por cima dos coqueiros até ser barrada pela Santa Ynez! Um belíssimo visual!

Era uma sexta-feira, andamos mais um pouco e a noite terminou animada no bar Sharkeez pra comemorar os 24 anos do Gustavo, na passagem da meia-noite!!! É… nosso amigo fotógrafo, cineasta e cozinheiro da expedição ficou mais “velhinho”! O segundo aniversariante durante a Expedição! :)

O dia seguinte dividimos em duas partes:

   1) Pela manhã seguimos em direção à Rota dos vinhos de Santa Bárbara. Embora bem menor que a do famoso Napa Valley, saímos em busca de conhecê-la na expectativa de encontrar alguma vinícola pequena, que fosse menos badalada que as de Napa. Seguimos sem muita pesquisa sentido oeste na CA-154, apreciando a bela vista da região seca que passava ao lado do Lake Cachuma até cairmos, sem querer, na frente de uma tradicional vinícola chamada Bridlewood, construída nos moldes das missões espanholas que dominaram a costa oeste Californiana. Apesar de não ser pequena como esperávamos era uma belíssima vinícola! Perfeita para um picinic! Pena que não tínhamos levado nada.

   2) Voltamos para Santa Bárbara no final de tarde para darmos uma última volta pela cidade e conhecermos o centro histórico. Infelizmente, como já passavam das 17h, muitas coisas estavam fechadas. Só pudemos apreciar de fora e aprender mais sobre a história da cidade com a ajuda do Ralf (apelido que demos ao nosso livro-guia sobre os EUA) =D

No dia 26 acordamos ansiosos, pois iríamos percorrer o melhor trecho da Highway 1. Partíamos de Santa Bárbara rumo a Península de Monterey! Após um típico e super-reforçado café da manhã no restaurante Joe’s, deixamos o Daniel na estação para pegar o trem de volta para LA, por volta das 12h. Infelizmente ele não poderia mais seguir com a gente. Mas ainda teríamos a companhia da Lu por mais alguns dias!

Esse primeiro trecho da Highway 1 é menos interessante e muitas pessoas fazem pela US-101 até San Luis Obispo onde voltam a pegar a Highway 1. No entanto queríamos percorrer a Highway 1 inteira e nesse trecho a estrada passa por algumas fazendas e cidades bem pequenas com aspectos rurais, o que até foi interessante de ver. Mas chegando em San Luís Obispo as coisas mudam! A partir desse trecho começa a melhor parte da viagem, onde a estrada quase que toca na praia e montanhas vão acompanhando o caminho. Colocamos algumas músicas para tocar no Besouro (apelido que demos ao primo temporário da Tanajura que nos conduziu nesse caminho) :) e preparamos as câmeras para aproveitarmos cada curva da estrada.

O azul do oceano contrasta com o branco das fortes ondas que se chocam contra os paredões das falésias ou às vezes com o vermelho de algumas algas que crescem até a superfície em alguns trechos da costa californiana.

Mas o ponto alto da viagem é a região denominada como Big Sur! O Big Sur não é uma cidade, mas apenas uma região pouco antes da Península de Monterey onde as montanhas de Santa Lucia se erguem de forma brusca e íngreme ao longo da costa. Isso forma uma cadeia de morros e montanhas à beira mar, contando com um pico de 1.571m, a menos de 5 km da costa! O Big Sur é inclusive designado pelo governo norte-americano como uma ‘National Scenic Byway’ (qualidade dada às regiões onde a estrada possui ao menos uma característica, dentre as 6 seguintes: arqueológica, cultural, histórica, natural, recreativa, e/ou visual) Nesse trecho é onde fica a imagem ‘cartão-postal’ da Highway 1 que é onde aparece a ponte Bixby Creek. Ficamos por lá mais de meia hora tirando fotos e esperando o pôr-do-sol, valeu cada minuto!!! (além da foto abaixo a foto no topo desse relato também foi tirada lá!)

Como já era bem tarde tivemos que almoçar por ali. A temperatura também caiu bastante. Afinal é uma região mais alta e bem arbustiva e por isso a temperatura contrasta bem com a da praia logo abaixo (mesmo que estando muito próximo dela). Nossa janta foi no muito aconchegante Big Sur Bakery & Restaurant que possui um cardápio bem diversificado com sopas, vegetais cozidos (pratos com diversos legumes cozidos – bem interessante), excelentes pizzas (principalmente se comparado aos padrões americanos que na maioria são pesadas e massudas), deliciosas sobremesas e uma boa carta de vinhos. Como ainda estávamos no clima do aniversário do Gustavo, resolvemos abrir um pouco a carteira e aproveitar uma refeição mais “completa” ;-)

Chegamos tarde em Monterey e na manhã seguinte fomos aproveitar a cidade. A cidade fica na península que leva o mesmo nome, e na qual também está situada a famosa cidade de Carmel. Monterey foi uma importante colônia da América espanhola e se tornou famosa a partir da pesca, como principal atividade econômica, e do consequente surgimento de fábricas de conserva de sardinhas. Devido à sobrepesca (problema que começa a aumentar em várias regiões do mundo e em algumas partes do Brasil), por volta da década de 50, muitas dessas companhias vieram a falir e a cidade entrou em declínio. Em tempos recentes, empresários investiram em reerguer a cidade, que virou um polo turístico e conta hoje com um grande aquário (que devido nossas restrições orçamentárias optamos por não visitar) e, em meio às falidas fábricas de enlatar sardinhas, foram construídos restaurantes e hotéis – estes, situados ao longo da turística rua Cannery Row.

Depois da volta ao centro seguimos para a 17-mile drive uma pequena estrada particular, com belas vistas que margeiam as praias da península de Monterey e onde mansões são vistas ao longo do famoso campo de golfe de Pebble Beach.

As exóticas árvores ciprestes (cypress trees) se espalham ao longo da costa perfazendo um belo visual com o mar. Há a opção de percorrer de Monterey até a 17-mile drive de bicicleta, mas para tanto é necessário um dia inteiro de pedalada (o que pra gente seria difícil dado que tínhamos data para chegar a Seattle e ainda queríamos conhecer outras coisas ao longo do caminho).

De lá seguimos para a cidade de Carmel cujo nome oficial é Carmel-by-the-sea e fica a poucos minutos de Monterey. Carmel é uma cidade turística que teve seu apogeu de fama quando, curiosamente, entre 1986 e 1988 teve como prefeito o ator Clint Eastwood!! Isso mesmo o “durão” dos filmes de ação!  Antes de conhecer seu centro, passamos para conhecer a histórica missão de Carmel que está muito bem preservada e remonta um capítulo interessante da passagem espanhola pela Califórnia. Com uma basílica, convento, cemitério, um belo jardim, além de outros cômodos, a missão possui diversos artefatos que permitem conhecer bastante da história da passagem espanhola e o período de colonização do Estado.

É curioso perceber que enquanto na costa oeste, os EUA ainda viviam um período de consolidação de colônias, cristianização de nativos e, posteriormente, da disputa territorial contra os mexicanos; do outro lado, mais a leste, já começavam os primeiros lampejos de independência e dos movimentos que viriam formar a república norte-americana. Mais curioso ainda é pensar que, ainda sim, em apenas algumas dezenas de anos seguintes, ambas as costas possuiriam cidades igualmente prósperas e desenvolvidas como Los Angeles e São Francisco (do lado Oeste) e Nova York, Boston e Chicago (do lado Leste).

Saímos de lá e terminamos a tarde com uma volta pelo sofisticado e muito agradável centro de Carmel com suas inúmeras galerias de arte, livrarias e lojas de antiguidades todas dentro de pequenas e aconchegantes lojas nas quais você se sente como se estivesse entrando numa casa familiar.

E para coroar nossa passagem pela Highway 1 passamos o último dia na Reserva Natural Estadual de Point Lobos ali próximo à Carmel. Com inúmeras trilhas de, em média, 1 a 2 km, é possível conhecer a reserva inteira dentro de um dia ou mesmo em uma tarde. E foi o que fizemos. Chegamos no final da manhã  e andamos até o meio da tarde.

As trilhas contornam as praias da reserva que possuem belíssimas vistas de águas cristalinas em suas bordas e mais escuras (devido à profundidade) a poucos metros da costa. Rochedos, cypress trees (árvores ciprestes) e pinheiros complementam a paisagem.

Mas são as simpáticas lontras, leões marinhos e focas que chamam mais a atenção no passeio, pois podem ser observados em abundância em alguns pontos da reserva. Inclusive, o nome Point Lobos foi dado por navegadores espanhóis que ouviam os sons dos Lobos Marinos (como eles chamavam os leões marinhos) quando em passagem pela região. Mesmo com as águas muito geladas não resistimos e fomos dar um mergulho!

Incrível é pensar que Point Lobos não estava em nosso roteiro inicial, pois nunca havíamos falar sobre o parque – que inclusive tem entrada gratuita! Mas, realmente, foi a cereja do bolo em nossa passagem pela lendária Highway 1. E são todos esses ingredientes de história, cultura, belezas naturais e a heterogenia da formação econômica que tornam essa rota tão especial!

Ahhhh…e se você quiser conhecer mais sobre os leões marinhos lá em Point Lobos é simples: é só procurar uma das simpáticas senhoras e senhores que se voluntariam para trabalhar pelo parque conversando com os turistas e contando-lhes um pouco mais sobre a história da região e daqueles simpáticos habitantes. Incrível, não?!!

Para conferir mais fotos desse trecho da Expedição 4×1, clique aqui :)

8 Comentários

  • Gisèlle Paulucci A. Maranhão Says

    Meninos…realmente essa região é MARAVILHOSA ! A vista que vi na Highway 1 confesso… ser uma das mais belas que ja vi. Fiz o contrário de vocês; de São Francisco para Los Angeles . Ah… que saudades!
    Boa Sorte!!! Sempre!

    • 4x1
      4x1 Says

      Oi Gisèlle!! Realmente, o visual da Highway 1 é impressionante!! Aquela estrada recortando as montanhas e sendo quase que banhada pelo mar não sai das nossas memórias!!! Abraços de todos nós!

  • emanuel Says

    parabens muito bom é viajar

  • Luciane Says

    Lu está com saudades de vocês!!!!
    ahhhhhhhhhh queria estar aí o alaska passando frio cocêis!!!

    • 4x1
      4x1 Says

      Ae Luuuu!!!
      Também estamos com saudades!!! Encontra com a gente de novo na América Central ou do Sul!!
      Tem gente aqui que iria ficar especialmente feliz! hahahaha

  • GEYZA Says

    QUE PRIVILÉGIO!!!
    REALMENTE É UMA REGIÃO LINDA. O PRIMEIRO TEATRO AMERICANO ESTÁ LÁ TB, SE NÃO ME ENGANO EM MONTEREY OU PELAS BANDAS, BEM PEQUENINHO E FAZIAM APRESENTAÇÃOES CARACTER´STICAS DA ÉPOCA, ISSO NO FINAL DOS ANOS 70.

    • 4x1
      4x1 Says

      Nossa não sabíamos disso!! Que legal!!
      Nós vimos na verdade um teatro ao ar livre em Carmel. Bem simples. Mas não sabemos se é esse que você está mencionando.
      Valeu pela dica!

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