Ficha 4×1
Data: 30/01/2013 à 01/02/2013
Saímos de: Gracias – Honduras
Distância total: Aproximadamente 410 km
Onde dormimos: Nas barracas, “acampando” no estacionamento de Hotéis na beira das estradas próximo as entradas das cidades.
Pneu Cheio: A facilidade em conseguir “acampar” nos hotéis de estrada e banhar-se à natureza nas ‘Aguas Termales Presidente’.
Destino final: Choluteca – Honduras
Tempo de viagem: Fizemos o trajeto parando bastante,ao longo de dois dias.
O que comemos de bom: Vale destacar as inúmeras vendedoras de frutas típicas e casas de suco ao redor das praças de Comayagua, pois ajudam a refrescar no calor da região.
Pneu murcho: Tegucigalpa. A capital hondurenha é suja, o trânsito bagunçado e sem muitos atrativos. Devido as recentes crises políticas em Honduras o país encontra-se com seu turismo abandonado.
Trajeto: Saímos das termas na região de Gracias, passamos rapidamente por La Esperanza e dormimos em Siguatepeque. Seguimos a sul pela Carretera del Norte e passamos algumas horas em Comayagua. Seguimos em direção a Tegucigalpa e paramos para dormir em Choluteca – nosso último destino em Honduras. As estradas hondurenhas não são bem sinalizadas e tampouco apresentam boas condições. Muita serra e buracos dificultam a velocidade média.
“Após a surpreendente e tocante passagem por Gracias rumaríamos em direção à Nicarágua. O trajeto a ser seguido até lá continuaria alinhando com nossos principais propósitos dentro de Honduras, e da maioria dos países da América Central: conhecer melhor a história e formação cultural daqueles países e dar uma passada, nem que fossem por algumas horas, em suas capitais.”
Acordamos na pracinha de Gracias e a noite havia sido tranquila: sem riscos e, pela manhã, ainda fomos bem acolhidos pelos vendedores ambulantes e curiosos que olhavam aqueles “seres estranhos” saindo de dentro de duas barracas no meio da praça principal de sua pequena cidade. Café da manhã consumido no comércio ao redor da praça, partimos para a tão recomendada Aguas Termales Presidente, há aproximadamente 4 quilômetros do centro.
Cercada de árvores e com uma estrutura muito bem conservada as Aguas Termales Presidente são de nascentes naturais! A área é pública e há uma taxa de entrada para manutenção da estrutura que conta com banheiros limpos. Unimos o útil ao agradável, pois além das águas quentes e relaxantes, aproveitamos o local para tirar nosso “cc” acumulado de alguns dias hahahaha
Seguimos estrada rumo a sul pela Ruta Lenca (vejam mais infos sobre os povos Lenca em nosso outro post aqui). A próxima cidade colonial da Ruta é a cidade de La Esperanza. No entanto, diferentemente de Gracias, a cidade deixa a desejar quanto à manutenção de seus aspectos coloniais. Para se ter algum contato mais próximo com a cultura Lenca (como o que tivemos em Gracias) talvez tivéssemos que nos interiorizar mais pelos arredores da cidade. Já era fim de tarde e alguns hondurenhos se aglomeravam em alguns bares para assistir uma das paixões dos centro-americanos: jogo do Barcelona (ou do Real Madrid – dado a carência de grandes clubes futebolísticos na região, os dois grandes clubes espanhóis são a paixão em quase toda América Central: por todo lado se vê camisas, bandeiras e adesivos em carros e motos desses times!) Quem diria então o clássico Barcelona X Real Madrid pela semifinal da Copa do Rei! Ué, faz parte da cultura, nós também nos juntamos!!! Sentamos em um bar que transmitiria o jogo enquanto apreciávamos uma Salva Vida! Não, não. Não tinha nenhuma praia ou piscina ali perto…hehehe…esse é o nome de uma das mais típicas cervejas hondurenhas!!
Passamos a noite em Siguatepeque conhecido ponto de parada da Ruta Lenca por seu clima muito agradável! E põe agradável nisso. Acontece que naquela noite descolamos uma “estadia” de nossas barracas no vasto estacionamento de um bom hotel da região que tinha até piscina! E lá fomos nós por volta das 21h da noite dar um mergulho pra refrescar! Depois, foi só passar no chuveirão pra tirar o cloro e pular pras barracas pra dormir o ‘sono dos justos’! Essa era uma boa sacada que descobrimos ainda no México. Esses hotéis com grande estrutura dentro de cidades pequenas estavam sempre propensos a oferecer um cantinho pra Tanajura. Era só negociar um precinho de “camping” (as vezes menos de R$5 por pessoa) e poderíamos utilizar toda infraestrutura externa!
Manhã seguinte, partimos rumo nossa última, e muito importante, cidade histórica de Honduras. Por quase 3 séculos, até aproximadamente 1880, Comayagua foi um importante centro histórico e religioso do país. Recheada de praças, igrejinhas e sua catedral, por todo lado se nota o aspecto colonial da cidade – de forte influência hispânica. Suas ruas são movimentadas: senhoras com grandes cestos de frutas, senhores de chapéu jogando papo furado nos bancos das praças e pessoas de várias idades entrando e saindo dos comércios locais.
O ponto alto da visita à Comayagua foi observar o que os hondurenhos clamam ser o mais antigo relógio das Américas! Situado na Catedral de Comayagua – localizada na praça principal – o relógio é de fato um dos mais antigos do mundo! Trata-se de um relógio árabe construído por volta de 1100 a 1350 e colocado pelos Mouros no palácio de Alhambra, em Granada – Espanha. Por volta de 1600 (não se sabe por quem: se pelo rei Felipe III ou pelo Duque de Consentaina) o relógio é doado ao Frei Jerónimo de Corella, quando nomeado bispo de Comayagua. Interessante é reparar no estilo ainda arcaico do algarismo romano ‘4’ que conhecemos hoje em dia como ‘IV’, e que no relógio está assinalado como ‘IIII’ – uma representação antiga muito comum a relógios antigos, cujo uso pode ter diversas causas: desde estética até místico-religiosa!
E de Comayagua nos despedíamos de Honduras. Seguindo pelas belas e verdes serras do país! Mas antes, resolvemos dar nossa tradicional passada por Tegucigalpa, a agitada capital Hondurenha. Trânsito bagunçado, muito lixo nas ruas, e o fato dos hondurenhos que conhecemos não nos chamarem muito a atenção para algum atrativo turístico/cultural em especial, resolvemos apenas rodar algumas horas pela cidade, parar pra trocar o óleo da Tana e seguimos estrada. (com certeza deveríamos ter dedicado um tempo maior à cidade para um melhor julgamento – mas vale destacar que algumas outras cidades nos foram muito recomendadas à visitar por sua importância socioeconômica e caracterísiticas turísticas do país, mas que infelizmente ficarão para uma próxima, como: Trujillo, San Pedro Sula e La Ceiba.
Foi assim que nos despedimos de Honduras e um novo capítulo sobre a herança e orgulho da cultura centro-americana se abriria dias à frente: na Nicarágua!
4 Comentários
vocês vão terminar o relato da viagem ou publica o livro? fiquei curiosa para saber como foi na America do sul. Outra curiosidade, vocês ficaram com a Tanajura? O automóvel mais humano que já conhecir kkk
Oi Leticia!!
A nossa intençao e terminar os relstos sim, vamos ver quando conseguimos fazer isso hehehe…
Sobre livro, nao temos nenhum plano concreto ainda, mas é algo que temos vontade sim!!!
ah, a Tanajura ficou com o André, ele comprou a nossa parte!!!! ainda bem, pois nao queriamos nos desfazer dela mesmo, temos um carinho imenso por essa grande guerreira!!
Beijao e obrigado pelos comentarios!!!
Meninos…sejam bem vindos!!!
Que bom poder receber os Posts novamente.
Vamos concluir a volta das Americas!
Dividir TODA essa experiencia e esse conhecimento eh sempre muito gratificante!
Bjs.
Criaram vergonha meninos e resolveram acabar de documentar a expedição!!!!!!
Que experiência maravilhosa vcs tiveram!!!
Que bom voltaram com toda essa bagagem,
bjs e bom retorno ao sirei!