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Acompanhe aqui os relatos, dicas, fotos e vídeos da Expedição 4x1 Retratos das Américas!



Spot

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Chiapas: Uma Explosão Cultural

Ficha 4×1

Data: 19/12/2012 à 20/12/2012

Saímos de: Oaxaca – México

Distância total: 630 km

Onde dormimos: San Nicolas Trailer Park – lugar organizado para camping, a poucos minutos da cidade

Pneu Cheio: Explosão cultural única e bem preservada. A miscelânea de tradições e a efervescência política de Chiapas está bastante exposta nas ruas de sua capital cultural e redondezas.

Destino final: San Cristóbal de las Casas – México

Tempo de viagem: 10 horas, incluindo algumas paradas

O que comemos de bom: Nada de especial, mas tudo de bom. Os restaurantes da cidade são muito convidativos e os que escolhemos ao redor dos peatonais ou da praça principal não nos decepcionaram.

Pneu murcho: Casas em reforma. Boa parte da cidade estava em obras.

 

Trajeto: Tomamos a México 190, sentido Tehuantepec, até a saída de San Cristóbal de las Casas.

Explosão Cultural em Chiapas

Chiapas é talvez um dos estados mais interessantes do México, culturalmente falando. Com boa parte da população de origem indígena, certos costumes e tradições dos maias não só sobreviveram às influências do homem branco, como convivem com elas como se fossem desde sempre uma única. Com uma efervescência política desde a época colonial, Chiapas é um Estado autônomo, sobrevivendo sem recursos do governo, porém com maior liberdade política, sendo que a maioria da sua população é abertamente apoiadora da EZLN, Exercito Zapatista de Liberación Nacional.

Era fim de tarde quando chegamos à capital cultural do estado de Chiapas: San Cristóbal de las Casas. Fundada em 1528, serviu como capital oficial do estado de 1824 a 1892 e hoje ainda é considerada sua capital histórica e turística. A cidade foi um centro importante de luta pelos direitos indígenas, marca registrada em seu nome. Enquanto San Cristóbal é uma referência ao santo, Las Casas é um tributo ao bispo Bartolomeu de Las Casas, ferrenho protetor dos direitos indígenas na região, durante o período de dominação espanhola.

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Típico cenário urbano de Chiapas

San Cristóbal de las Casas mantém em boas condições diversos dos seus prédios coloniais e é uma ótima pedida para um passeio mais tranquilo. Foi exatamente o que fizemos. O seu centro histórico tem ruas de pedra e arquitetura colonial. Há restaurantes charmosos e hotéis de sobra. A cidade tem toda infraestrutura preparada para receber os turistas de plantão. Simplesmente vagar pelas praças e ruas peatonais (ruas sem acesso a veículos, com diversos restaurantes e lojinhas de portas abertas com mesas na rua) sem compromisso é a melhor pedida da cidade.

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Charme de San Cristóbal de las Casas

O interessante é que andando pelas ruas de paralelepípedo, uma confusão mental vem à cabeça quando se observa os locais e seu aspecto indígena vagando pela cidade repleta de igrejas bem trabalhadas, prédios e praças de estilo colonial. Parecem que não pertencem ao local. Tudo muito europeu em um lugar repleto de descendentes de indígenas.

No dia seguinte, decidimos fazer uma visita à cidade vizinha de San Juan Chamula. Esta é uma cidadezinha curiosa de 50 mil habitantes, com sangue maia nas veias. O Tzotzil (linguagem indígena) ainda é uma das línguas oficiais da cidade, sendo que dificilmente alguém não a conhece por ali. San Juan Chamula tem uma autonomia única no México, de maneira que nenhuma polícia ou força militar de fora de fora são permitidas na cidade. Eles tem sua própria força policial.

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A curiosa igreja de San Juan Chamula

O catolicismo em Chamula é uma mistura de costumes maias do período pré-Colombiano, tradições católicas espanholas e diversas inovações resultantes da mistura dos dois. Resultado disso é a grande atração local: a Igreja de San Juan. Localizada exatamente no centro da cidade,  esta é uma das igrejas mais diferentes que vimos em toda a viagem até aqui, se não a mais exótica.

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Praça principal da pequena cidade

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Igreja no detalhe

Não há bancos na igreja, uma vez que o chão é completamente coberto por ramos de pinheiro verde. As velas ocupam boa parte do piso e espalham um cheiro agradável ao local. Famílias Chamula ajoelham-se no chão da igreja em suas rezas fervorosas. Cercados de velas e garrafas de Coca, bebem refrigerantes em oferenda e cantam em um dialeto arcaico de Tzotzil. Nas paredes, imagens de santos talhadas em madeira e muitos espelhos para espantar o mal. Um altar principal ocupa o fundo da igreja com uma imagem de Jesus cruxificado.

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Curiosidade pela Tanajura

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Pose tímida para foto

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Mal chegamos, e vários grupos de crianças se aproximaram do carro, vendendo artesanato local

Infelizmente, a imagem da igreja por dentro vai ficar só nas palavras, uma vez que é estritamente proibido sacar fotos no seu interior. Aliás, fotografia na cidade é muito difícil. Os pais escondem seus  filhos ou eles mesmos se afastam assim que identificam uma câmera. Pelo menos, uma foto do lado de fora da igreja nós conseguimos.

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Uma pena não poder fotografar a igreja por dentro

Nas redondezas do centro, as mulheres locais trabalham em artesanato e confecção de roupas típicas e cobertores. Nas lojinhas, diversos itens são relacionados ao Movimento Zapatista, como canetas, quadros e cartões postais com a figura do subcomandante Marcos, o principal líder do Movimento. Percebemos como os Zapatistas são realmente adorados em Chiapas.

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Diversas lojas de artesanato nas redondezas

 O movimento zapatista surgiu em meados de 1910, quando Emiliano Zapata uniu um exército revolucionário que lutaria contra o Governo Porfinista (do ex-presidente Porfírio Diaz), que estava no poder há mais de 20 anos. Hoje, o Ejército Zapatista de Liberación Nacional (ou EZLN) é um grupo revolucionário de esquerda, formado principalmente por indígenas que vivem na área rural de Chiapas. Tivemos um certo empecilho com esse grupo, mas essa é uma história que vai ficar para o próximo post.

Para mais fotos de Chiapas, clique aqui!

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