Ficha 4×1
Data: 22/12/2012 à 11/01/2013 (entre idas e vindas)
Saímos de: Bakalar – México
Distância total: 307 km
Onde dormimos: Camping El MecoLoko - um dos únicos camping das redondezas, a uns 20km da Zona Hoteleira
Pneu Cheio: Férias com os amigos! Poder passar o Natal com a nossa amiga Cássia foi especial.
Destino final: Cancun – México
Tempo de viagem: 4 horas
O que comemos de bom: Marquesitas! Iguaria de toda pracinha do Yucatán
Pneu murcho: Como toda gringolândia…os menus eram em dolar e os preços lá em cima.
Trajeto: Pegamos a Carretera Federal 307 direto até Cancun.
Casa em Cancun e Como Viramos VIP no CocoBongo
Entre idas e vindas, Cancun foi nossa base durante as férias na Península do Yucatán. Foi aonde recebemos nossas queridas visitas e nos preparamos para explorar os arredores. Turística até demais para os nossos propósitos, a cidade curiosamente acabou se tornando de certa maneira uma casa para nós. É engraçado pensar como o conceito de casa se distorce durante uma viagem longa como a nossa. Quando voltamos a algum lugar que já conhecemos minimamente, onde já sabemos onde dormir ou comer, certa familiaridade aflora. Mas o fato é que em Cancun, nos divertimos. Comemoramos o Natal e o Ano Novo na companhia de amigos, e curtimos a melhor festa de toda a Expedição.
Quem é que nunca ouviu falar de Cancun? Os que não conhecem a cidade pessoalmente, com certeza já ouviram histórias de um conhecido que foi ou mesmo aprenderam alguma coisa na televisão. Cancun é uma cidade feita para o turismo. Mais uma gringolândia mexicana, com festas alucinantes, hotéis luxuosos e praias de água azul.
Estávamos de “férias” da Expedição (vide post), então Cancun não seria nada mal para relaxarmos um pouco e cairmos na farra. Ainda mais com a visita programada de amigos para as festas de fim de ano. Para nós foi muito importante ter a companhia de uma amiga tão especial como a Cássia no nosso Natal longe das famílias. E ainda tivemos o prazer de receber a Giulli e a Julia, que conhecemos durante a viagem, na virada do ano.
Nossa estadia na cidade pode ser resumida a idas e vindas ao aeroporto, muita conversa, festa e relaxamento na praia. Para não pensar que saímos totalmente da Expedição, não nos rendemos aos hotéis luxuosos. Conseguimos um camping econômico há alguns quilômetros da cidade, na praia El Meko, onde passamos todas nossas noites na cidade.
O Natal em Cancun foi uma experiência curiosa. Desistimos de fazer uma ceia entre nós mesmos por falta de estrutura, então recorremos aos restaurantes da Zona Hoteleira para não passar a data em branco. Como deixamos para última hora, a maioria dos lugares mais plausíveis já estavam lotados de reservas. Foi aí que paramos no Carlos’n’Charlies. Localizado em meio aos principais bares e baladas da cidade, não poderia deixar de ser uma zona. Música alta e mexicanos animando os gringos festeiros foram o “charme” do nosso Natal. A comida no fim das contas até que surpreendeu! Não era o peru assado da vovó, mas não estava nada mal!
Depois da ceia/balada, caímos na gandaia. Quem conhece O Máscara, aquele personagem de cara verde, famoso dos desenhos e do cinema, já sabe do lugar que não se pode deixar de ir em Cancun: o CocoBongo! A expectativa já era alta, e conseguiu ser superada, de longe! O CocoBongo está longe de ser aquelas festas convencionais. É mais um espetáculo, repleto de performances. Desde covers de músicos famosos como Queen, Madonna ou Michael Jackson; à representação de clássicos do cinema, como o Batman, Homem Aranha ou O Gladiador. As apresentações são extremamente profissionais, repletas de acrobacias e interações com o público. Diversas performances preenchem a noite, enquanto a balada rola solta nos intervalos. Foi incrível!
Gostamos tanto que não poderíamos deixar de escolher outro lugar para a nossa virada do ano. Diferente do Brasil, não há uma grande queima de fogos ou festa na rua durante o Ano Novo. A única opção para quem quer celebrar em Cancun é conseguir uma festa em um dos hotéis chiques da Zona Hoteleira ou partir para as baladas da cidade. Fomos então mais uma vez ao CocoBongo. As apresentações eram praticamente as mesmas, e ainda assim, curtimos como se fosse a primeira vez. Ainda não sabíamos, mas esta também não seria a última.
Estávamos com a Tanajura na avenida, nos dirigindo em direção à Mérida, quando uma Masserati azul daquelas bem chiques encostou do nosso lado e o senhor que a dirigia não parava de observar cada canto do carro. Não era uma cena estranha para nós. Para falar a verdade, a Tanajura sempre foi pop. Em todo caminho, a nossa parceira tem chamado a atenção dos locais. Alguns a olham da barraca aos pneus identificando os adesivos, outros já vem puxando papo para entender o que um carro de São Paulo está fazendo ali.
Alguns dias antes mesmo, no estacionamento do McDonald’s, onde deixávamos a Tanajura para curtir a praia na Zona Hoteleira, uma família mexicana muito simpática nos abordou ao ver o carro. Ficaram extremamente entusiasmados com a história e nos deram as boas vindas. Adoramos bater papo sobre a “carretera” e ficamos muito felizes com as palavras de incentivo que recebemos! Aliás, no México, as pessoas tem nos recebido com muita hospitalidade e simpatia! Vez ou outra a Tanajura chama a atenção pelas ruas e desconhecidos vem conhecer nossa história.
Com o senhor da Masserati não foi diferente. Depois de um aceno, ele perguntou “Vocês vem dirigindo de São Paulo mesmo?” Não deu outra, foi o início de um papo em meio ao trânsito. “Carro bom hein!”, complementou. E ainda deu risada quando ouviu a nossa resposta: “É bom mesmo, vamos trocar?”.
Conversa vai, conversa vem, buzinas impacientes dos carros que eram segurados no trânsito atrás de nós, e a Maserati dispara, deixando a Tanajura na saudade. Para nossa surpresa, dois semáforos depois, o senhor da Maserati diminui a velocidade e emparelha ao nosso lado novamente: “Que Deus os bendiga!”, disse. Curiosos, decidimos perguntar de onde era o simpático senhor. Ele nos olhou com certa surpresa, como se tivéssemos feito uma pergunta muito óbvia. Logo entenderíamos o porquê: “Sou daqui mesmo! Sou o Roberto Noble, dono do CocoBongo!”. Demoramos para digerir a informação – será que o senhor estava tirando uma coma gente? Ele seguiu: “Quer saber, anota o meu numero e fala com o meu assistente. Vou conseguir uma mesa bem legal para vocês, quando quiserem!” Não precisou falar duas vezes. Incrédulos, anotamos o número de telefone que o senhor soletrou um a um. Depois dessa frase, ele se despediu e arrancou mais uma vez com a Maserati.
Mal ele sabia que já havíamos ido duas vezes no seu estabelecimento e que, por sinal, adoramos. Arriscamos dizer que o CocoBongo foi a balada mais interessante que já fomos. Ligamos para o número e não era lenda, o telefone era mesmo do Roberto Noble. Por mais que fosse a terceira vez que íamos para a mesma festa nos últimos quinze dias, estávamos felizes com isso. Não só porque seria de graça, mas realmente gostamos de lá. Marcamos uma data para quando voltássemos de Mérida. E deu tudo certo. Entramos de graça, bebidas à vontade e um lugar privilegiado no camarote para apreciar o espetáculo. Coisas que só acontecem durante a Expedição.
Não fizemos muito mais que curtir a praia e as festas em Cancun, afinal estávamos de vacaciones. Na verdade uma outra parte da nossa rotina nesses dias foi comer uma marquesita…aaaaah que delícia! A marquesita é simplesmente uma massa crocante, como um biju no Brasil, recheada de nutella (e queijo para os mais fortes! Aliás, do México para baixo, parece que queijo vai com qualquer coisa, doce ou salgada!). Os nossos dias geralmente terminavam em uma volta na praça no centro da cidade para uma marquesita ou em algum bar da Zona Hoteleira para um mojito.
A praça, apesar de não estar na parte mais pop da cidade, estava sempre cheia pela noite, principalmente de mexicanos. Diversas barraquinhas de comida local e apresentações ao ar livre davam vida ao lugar. Nos seus entornos estão também os hostels para quem não quer pagar o preço dos resorts.
Cancun foi uma passagem interessante da nossa viagem, e proporcionou ótimas lembranças e boas histórias para contar. A presença de amigos, com certeza, fez toda a diferença durante as “férias” da Expedição.
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