Ficha 4×1
Data: 08/12/2012 à 09/12/2012
Saímos de: Puerto Vallarta, Jalisco – México.
Distância total: 315 km.
Onde dormimos: Hotel La Perla.
Pneu Cheio: A arquitetura do centro da cidade, com o palácio nacional e a basílica como destaques.
Destino: Guadalajara, Jalisco – México.
Tempo de viagem: 5,5 horas.
O que comemos de bom: “Birria de chivo”.
Pneu murcho: Dificuldade para encontrar um lugar econômico para dormir.
Trajeto: As principais estradas são carretera “A Las Palmas” (80km) e Mascota-Ameca/Mexico 90 (120km).
Depois de mais de 20 dias no litoral mexicano, chegou o dia de partirmos para conhecer o continente, onde tivemos contato com a história e cultura mais típica, com muito menos influência do seu vizinho de cima. Nosso destino era Guadalajara, a segunda maior cidade do México com uma população de mais de 4 milhões de habitantes. Apesar de atualmente ter sua economia fortemente vinculada à indústria de tecnologia, Guadalajara é um centro cultural do México, sendo nomeado como capital americana da cultura em 2005. Apesar de não ser consensual, muitos intitulam Guadalajara como a casa dos Mariachi, estilo musical tipicamente mexicano.
Porém antes de chegarmos de fato em Guadalajara, tivemos algumas “aventuras” com a polícia mexicana. Saímos de Puerto Vallarta por volta das 2:00 da tarde em direção a Guadalajara, já um pouco atrasados em relação ao que havíamos planejado. Na tentativa de sair rápido da cidade, fomos parados por um policial, que nos deu uma multa por estarmos acima da velocidade permitida. Não que justifique, mas éramos mais um carro dentre vários que seguiam na rodovia acima dos 60km/h permitidos. Ao dar a multa, recebemos a proposta de tentar resolver a situação de “outra forma”, mas optamos por pagar a multa. O processo de pagamento envolvia o retorno à cidade, no departamento de trânsito, para o pagamento imediato da multa. Enquanto isso, o policial ficaria nos aguardando no mesmo lugar que nos deu a multa com a carteiro de motorista de quem dirigia. Em meia hora conseguimos pagar a multa e fomos de encontro à barreira policial, já na saída da cidade, conforme combinado. Mas para nossa surpresa, os dois carros de polícia tinham acabado de sair, no momento em que chegávamos ali. Aceleramos para que pudessem nos ver, e tivemos que “enquadrá-los” para poder recuperar a carteira de motorista. Ao chegar no carro de polícia, um silêncio tomou conta e parecia que eles tinham se surpreendido com nosso retorno e estavam envergonhados. Foi por questão de segundos que não ficamos sem essa carteira. E teria sido pior ainda se tivéssemos deixado a placa do carro, como eles haviam solicitado incialmente e que só depois de muito custo os convencemos de que a placa não deveria ser retirada.
Multa paga, carteira recuperada, seguimos rumo a Guadalajara, onde chegamos por volta das 19:00 horas, quando a noite já havia caído. Com as direções de um hostel no GPS (apelidado carinhosamente de Madalena em função da voz ser português de Portugal), fomos entrando na cidade, seguindo as orientações da Madalena, até que entramos numa rua que era contramão. O pior é que além de ser contramão, a via estava bloqueada pela batalhão de operações especiais da polícia local, provavelmente em função de alguma operação de transporte de dinheiro que estava sendo feita nos bancos localizados naquela rua. Em poucos segundos, o vários homens do “Bope mexicano” estavam ao redor da Tanajura, com fuzis e pistolas apontadas pro carro. Ficamos todos pálidos na hora, e aos berros, recebemos a ordem de descer do carro com a mãos pra cima. Revistaram dois de nós, ainda descalços, e logo viram que se tratava de grande um engano. Ainda pudemos ouvir a risada do chefe do batalhão, antes de sermos liberados para seguir em frente. Ufa!!!
Passados os sustos, e sem lugar pra ficar, já que o hostel planejado estava lotado, ficamos rodando durante a noite durante um bom tempo até achar um hotel razoavelmente econômico para passarmos a noite. Enquanto procurávamos, aproveitamos para passear na cidade e a primeira impressão foi super boa: lembrava o centro de SP, tanto pela pessoas, a atmosfera, prédios antigos, mas com construções maiores e mais imponentes!
Jantamos num restaurante muito típico, atendimento diferenciado, bem aconchegante e com o diferencial de ter a cozinha aberta, de forma que podíamos ver a preparação da comida! Experimentamos a sugestão do chefe, a “Birria de chivo”, uma suculenta carne de bode cozida durante 24 horas, servido com caldo levemente picante, além de diversas especiarias.
No dia seguinte, acordamos tarde, e saímos para almoço num lugar bastante tradicional também, enquanto a tanajura era lavada! Caminhamos um pouco mais pelo centro, visitamos o palácio do governo que possui um museu gratuito, bem interessante, interativo, com vários mapas tanto nas paredes quanto no piso! Tínhamos pouco tempo, mas vale bastante a pena uma visita!
Dentre inúmeras explicações sobre a história e o prosperar da cidade, uma delas estava ligada a sua localização, mais para o interior do continente, mas que só foi valorizada mais tarde. Por volta de 1.530, com a ocupação espanhola da região de “Nueva Galícia” que compreendia o que hoje são os estados de Jalisco, Colima, uma parte de Zacatecas entre outras, o governante Nuño de Guzmán optou por instalar as bases do governo no litoral, afim de abrir as rotas comerciais. Porém, com as descoberta das minas em Guanajuato e Zacatecas, além de ser um excelente ponto de partida para as expedições colonizadoras ao noroeste e um eficaz provedor de alimentos, Guadalajara foi aos poucos se tornando mais próspera. Em pouco mais de 30 anos, Guadalajara passou a abrigar alguns importantes centros religiosos, até que Nuño de Guzmán a converteu no coração de “Nueva Galícia”.
Saindo da praça das armas, onde fica o palácio do governo, fomos a praça Guadalajara, onde fica a fonte e a basílica, enorme, com uma arquitetura imponente, belíssima por dentro e por fora! Depois de explorar um pouquinho da história da capital de Jalisco voltamos ao estacionamento, onde demos de “regalo” para o menino que lavou o carro, moedas brasileiras!
Um fato histórico ocorrido na cidade de Guadalajara foi o tricampeonato da seleção brasileira. O estádio Jalisco, que leva o nome do estado cuja capital é Guadalara foi o principal palco da copa de 70 para a seleção de Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gérson, Carlos Alberto Torres e outros mais. Todos os jogos da seleção brasileira foram disputados lá, com exceção da famigerada partida final contra Itália, vencida pelo Brasil por 4×1 no estádio Asteca, na cidade do México. Vimos apenas por fora, mas pelo o que ouvimos e lemos, o estádio Jalisco, apesar de reformado – a cidade foi palco do Panamericano 2011 – ainda mantém as mesmas características – os mesmos três anéis, a cobertura da arquibancada e a capacidade de público. Em homenagem a façanha da seleção canarinha, que venceu todas as partidas tanto das eliminatórias quanto da copa do mundo, a praça em frente ao estádio foi nomeada de praça Brasil. Dentre as várias similaridades que observamos no México e que nos fizeram se sentir mais perto do estilo de vida no Brasil, o futebol é sem dúvida uma delas.
Para mais fotos sobre essa aventura, clique aqui.
3 Comentários
UFA!!! Que susto!
Fiquem SEMPRE atentos!
Tenham calma e sejam educados .
Vocês estão PROTEGIDOS !
BOA VIAGEM!!!
Bjs.
Não acredito no imbroglio com os policias!!!!
fiquem espertos que daqui p/ frente a “coisa” é asssim!
que continuem só com alegrias,
e Maria passa na frente!!!
bjs.
Oi Geyza!! Obrigado pela força!
Infelizmente, essas coisas acontecem no caminho! Não tem jeito, faz parte!
Beijos!