Traducción / Translation


Acompanhe aqui os relatos, dicas, fotos e vídeos da Expedição 4x1 Retratos das Américas!



Spot

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Cidade do México e seu nascimento à espada e sangue

Ficha 4×1

Data: 13/12/2012 à 17/12/2012

Saímos de: Teotihuacan – México

Distância total: Aproximadamente 50 km

Onde dormimos: No apartamento da Lícia, amiga do André

Pneu Cheio: A quantidade e qualidade das informações nos museus da cidade. Todos que visitamos nos fascinaram: ora falando da vida de Frida Kahlo e Diego Rivera, ora aprendendo sobre a história do povo mexicano.

Trajeto: Seguimos sempre pela autopista México – Teotihuacan.

Destino final: Cidade do México, ou simplesmente DF para os mexicanos – México

Tempo de viagem: Aproximadamente 1h30min. Apesar da pequena distância, o trânsito na entrada da capital mexicana alongou nossa viagem, mesmo fazendo esse trajeto às 9 da noite.

O que comemos de bom: Quesadillas e tacos do centro da cidade, bons e por um ótimo preço! E também pastel tres leches.

Pneu murcho: Como toda grande cidade (e esta é imensa) a poluição e a confusão do trânsito. Em alguns momentos do dia podia-se confundir a faixa de poluição no céu com nuvens negras.

El 08 de noviembre de 1519 tuvo lugar el encuentro entre Hernán Cortés y Moctezuma II. Casi dos años después, el 13 de agosto de 1521, Tenochtotlan cayó definitivamente en manos de los españoles y Cuauhtemóc fue hecho prisionero. Como acertadamente lo expresara Jaime Torres Bodet, tal acontecimiento “No fue triunfo ni derrota, fue el doloroso nacimiento del Pueblo mestizo que es el México de hoy”. (Museu do Templo Mayor)

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Catedral Metropolitana da Cidade do México

Saímos de Teotihuacan quinta-feira, 31 de dezembro, rumo à Cidade do México. Além de já termos ouvido que o trânsito na cidade é caótico, então o melhor seria chegar lá o mais tarde possível, também nos disseram que os policiais da cidade adoram parar carros estrangeiros e cobrar propinas, dado que as leis de trânsito da cidade são bastante restritivas e um pouco complexas. De fato, é proibida a circulação de carros com placas de fora de Cidade do México nos horários de pico, mas como muitos estrangeiros não sabem ou não entendem muito bem como funciona essa regra, alguns policiais se aproveitam dessa situação. De qualquer forma, como estávamos dirigindo pela noite, seria mais difícil para sermos identificados como estrangeiros. Como esperávamos, não fomos parados por ninguém e levamos uma hora e meia para percorrer os 50km que nos separavam do nosso destino, devido ao trânsito que havia na cidade, apesar do horário. A Lícia, amiga do André, e o seu namorado Gabriel nos receberam em seu apartamento, onde dormimos pelas 4 noites em que ficamos na capital Mexicana.

Antes de continuar, contaremos um pouco da história da cidade. Previamente à chegada dos espanhóis, por volta do século XIV, existia no local a capital do império Asteca, cidade que era chamada de Tenochtitlán. Na época, a região era um lago com várias ilhas e uma principal, onde estava localizado o principal templo Asteca da cidade, hoje chamado de Templo Mayor. As ilhas eram interligadas entre si e à terra firme através de passarelas e contavam também com um desenvolvido sistema de diques. A cidade asteca chegou a ser uma das maiores cidades do mundo nesse período, contando com mais de 250 mil habitantes. Em 1519 chegam os espanhóis. Liderados pelo ambicioso conquistador Hernan Cortéz, que sonhava com as lendas de numerosas riquezas presentes em Tenochtitlán, os espanhóis adentraram a capital e foram recebidos amistosamente pelo líder asteca Moctezuma II, pois este ainda não sabia ao certo quem eram os visitantes: poderiam ser enviados dos deuses ou pessoas comuns.

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Maquete de como era a capital asteca

Após alguns meses, os invasores europeus começaram o ataque à cidade. Com a ajuda de estratégias fornecidas por tribos locais que estavam descontentes com os impostos cobrados por Moctezuma II e contando com armas de fogo, a conquista do território foi rápida e durou cerca de apenas dois anos. A cidade foi destruída pelos espanhóis, literalmente não sobrando pedra sobre pedra. Em seu lugar, Cortéz decidiu fundar a capital da Nova Espanha, e começou a construção da nova cidade em cima da antiga. Com o passar do tempo o lago que existia na região foi secando até sumir por completo.

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Gustavo tirando foto das ruínas

Infelizmente, a agressividade extrema dos invasores europeus no passado faz com que hoje não se encontre quase nada da antiga e poderosa capital asteca, apenas pequenas e destruídas ruínas do que antes foi um dos maiores impérios de toda a América.

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Ruínas do Templo Mayor

Bom, chegamos na quinta-feira, 13 de dezembro, jantamos com a Lícia no shopping que fica perto de seu apartamento e fomos dormir pois, na manhã do dia seguinte, a Tana já tinha a revisão marcada na Nissan. Como programado, passamos a manhã do dia 14 de dezembro com a Tana na concessionária e após ela ser liberada, a levamos de volta para o prédio da Lícia e partimos de metrô para conhecer o centro histórico da cidade, onde também se localizava, há 600 anos, a capital asteca Tenochtitlán.

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Metrô da Cidade do México

Logo que chegamos já fomos procurar um lugar para almoçar, pois não tínhamos tomado café nesse dia e estávamos morrendo de fome. Seguindo nosso guia do Lonely Planet, caímos em um restaurante no segundo andar de uma casa, que tinha potencial para ser bom e caseiro.

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Rua do centro histórico

Entretanto, o cardápio em espanhol e em inglês já sinalizava que o local era filiado à gringolândia. Dito e feito: a comida veio sobre uma tábua de madeira, que estava envolta em um saco plástico para não sujá-la (mania horrível entre alguns restaurantes mexicanos), e apesar de não estar ruim, faltava sabor e personalidade. Infelizmente a maior parte dos restaurantes indicados pelo guia americano sofrem desse mesmo mal: o que um dia já foi um ambiente local com boa comida, acaba virando hoje algo padronizado para agradar aos gringos. Com o tempo fomos aprendendo a filtrar melhor essas opções e utilizar o guia apenas achar a região dos restaurantes, procurando nós mesmos a melhor opção em vez de ir direto ao restaurante indicado pelo Lonely Planet. Aí sim encontramos as verdadeiras jóias da culinária local.

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Movimentação no centro da cidade

Após o almoço saímos para caminhar pelo centro da cidade, lotado de pessoas andando pra lá e pra cá e também com algumas manifestações políticas em frente a prédios do governo. Como a cidade também é o centro político do país, há uma mistura de pessoas fazendo compras, pessoas indo e vindo de seus trabalhos e pessoas manifestando, tudo no mesmo espaço, o que deixa a região central bastante agitada todos os dias da semana. Andando pelo centro, próximo ao museu do Templo Mayor, vimos uma rua repleta de camelôs no chão, todos gritando loucamente para chamar clientes, com produtos apoiados sobre panos estendidos. O curioso era que esse comércio, aparentemente irregular, se montava na calçada ao lado de grupos de policiais que aparentemente faziam vista grossa para a questão.

Bom, como qualquer outro retrato da cidade, fomos fotografar o momento e, quando menos esperávamos, surge um homem pedindo para ver a foto que tínhamos tirado. Não estávamos entendendo nada, como assim esse cara queria ver as nossas fotos? Mas em poucos segundos já captamos a mensagem: o homem portava um rádio de comunicação e aparentemente estava trocando mensagens com alguém que lhe passava ordens. O que ele queria era que nós deletássemos as fotos que tiramos dos comerciantes irregulares, mas não queria nos dizer porque ele queria isso. Deduzimos que o que acontece é que as fotos mostram, sem ser essa a nossa intenção, o comércio irregular na calçada e os policiais ao fundo, duas realidades que não deveriam coexistir. Agora, a mando de quem esse homem trabalha, fica a cargo do leitor concluir. De qualquer maneira, fingimos que tínhamos apagado as fotos e seguimos, vendo que haviam pelo menos mais 2 pessoas que ficavam abordando os turistas pedindo para apagarem as fotos. Abaixo está a foto que tiramos:

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Camelôs e pedestres

Seguimos caminhando e conhecendo o centro, onde índios benziam turistas e locais com suas ervas. Passamos também pelo belíssimo prédio dos correios da cidade, todo recuperado e conservado.

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Gringo se benzendo

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Prédio dos correios

Finalmente, fomos ao museu do Templo Mayor, que contempla as ruínas do templo (como dito anteriormente, o templo foi quase todo destruído na invasão espanhola) e um museu que possui vários objetos e informações da criação da atual Cidade do México. Inclusive, a frase que abre o post está escrita em um dos painéis presentes no museu. O passeio sobre as ruínas do que antes foi um grande templo é um tanto quanto frustrante, por ver quanta cultura foi aniquilada pela bárbara invasão espanhola. E pra piorar a situação, a nova cidade construída pelos espanhóis foi feita utilizando as pedras que sobraram da destruição. Ou seja, não sobrou nada.

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O que sobrou do Templo Mayor

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Como era o Templo Mayor

Nos séculos seguintes à ocupação espanhola, obras na cidade também ignoraram a importância histórica das ruínas astecas e não se preocuparam em conservá-la. Vê-se pela obra em que foram instalados os dutos de água na cidade: ele corta a ruína ao meio.

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Aqueduto cortando as ruínas

O passeio pela ruína do Templo Mayor evidencia esse descaso que os antigos governantes tiveram com o passado da região. De qualquer forma, o museu concentra muitas peças da cultura asteca e explica com muita seriedade a história da antiga cidade de Tenochtitlán e da invasão espanhola, que contamos no início do post. Vale muito a pena a visita.

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Sala central do Museu do Templo Mayor

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Urna funerária

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Máscara asteca

Saímos do museu já de noite e passamos na Catedral Metropolitana da Cidade do México, gigantesca, com seu altar adornado a ouro.

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Altar da Catedral Metropolitana

Continuamos andando pela cidade e demos uma volta pela Alameda Central, parque onde encontramos vários casais aproveitando o fim da tarde, antes de pegar o metrô de volta para a região onde ficava o apartamento da Licia, em que estávamos ficando.

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Fim de tarde na Cidade do México

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Pombinhos na Alameda Central

Jantamos crepes no mesmo shopping do dia anterior e fomos para o apartamento tomar banho e dormir, depois do longo dia.

O post sobre nossa passagem pela Cidade do México continua no próximo relato!

Para ver mais fotos desse post, clique aqui!

4 Comentários

  • Neide Says

    Olá, pessoal. Com a confusão do trânsito na Cidade do México vcs se sentiram em casa não é mesmo? Continuo acompanhando-os e não vejo a hora do relato de Ushuaia. Muita sorte e até breve.

    • 4x1
      4x1 Says

      Oi Neide! Algumas vezes nos sentimos em São Paulo mesmo! O trânsito não deixa nada a desejar hehe Obrigado pelo comentário! Beijos!

  • Esses problemas sociais existentes em todas as grandes cidades e tiram a beleza e o charme das coisas que de fato devem ser apreciadas. Especialmente quando autoridades que deveriam dar exemplo, agem por tras das irregularidades para tirar proveito pessoal. Daí a coisa fica ainda mais grave e sem controle. Pessoalmente não gosto de visitar lugares assim, onde a lei tem duas faces. Não me sinto seguro e acredito que nem os cidadãos. Uma pena!

    • 4x1
      4x1 Says

      Esses problemas estão espalhados por ai e os encontramos com certa frequencia. Mas ainda assim, achamos que não tiram o brilho de cidades como México DF. Os pontos positivos normalmente superam essas picuinhas, como foi neste caso! Ainda recomendamos uma visita, o lugar é muitissimo interessante! Grande abraço, Rogerio!

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