Chapada dos Veadeiros (GO) – Mística

Ficha 4×1

Data: 07/06/2012 a 09/06/2012

Origem: Brasília

Destino: Alto Paraíso de Goiás, GO (Chapada dos Veadeiros)

Distância: 220 km

Tempo de Viagem: Pouco menos de 3 horas

Trajeto: Saímos de Brasília pela GO 118 direto para Alto Paraíso de Goiás.

Onde dormimos: Camping Pacha Mama – na estrada entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás e São Jorge.

O que comemos de diferente: Pratos Feitos típicos – muito bem servidos e baratos! Composto por: arroz, matula (feijão com diferentes tipos de carne misturado), abóbora ou batata doce cozida, bife e salada.

Pneu Cheio: vista do Camping proporcionando visuais espetaculares: nascer do Sol no café da manhã, o céu muito estrelado a noite e o nascer da lua cheia.

Pneu Murcho: ida ao Jardim do Éden – estrada muito ruim, local escuro e ambiente não muito agradável.

Chapada dos Veadeiros (GO) – Mística

Pequenas nuvens brancas rasgam o imenso céu azul e se escondem por detrás do morro da baleia em frente ao Camping Pacha Mama, na estrada que liga os municípios de Alto Paraíso de Goiás e São Jorge. Era assim que, todas as manhãs, contemplávamos nosso café da manhã oferecido pelo simpático casal proprietário do Camping. O sol forte, já pela manhã, só não nos fazia suar porque a brisa na chapada é constante.

Estranho pensar que este destino não estava incluído em nosso roteiro inicial. Seria um pecado não conhecer essa joia no coração do país.

A estrada que sai de Brasília e leva à chapada dos Veadeiros oscila entre alguns trechos esburacados e uma grande parte de bom asfalto que corta a bela paisagem seca e rasteira do Cerrado brasileiro. Chapadas e cânions se mesclam ao longo do cenário descampado com algumas poucas árvores baixas, predominantes na região.

Chegamos por volta das 12h15 a um dos lugares mais místicos e serenos que deve existir no país: o Camping Pacha Mama. Todo gramado, ele fica de frente para o morro da baleia e é gerido por um casal jovem e muito tranquilo que, todas as manhãs, após servir o café, oferece uma breve sessão de Yoga para os campistas.

Ainda no primeiro dia na chapada fomos visitar 3 destinos turísticos da região. O primeiro : as cachoeiras de Almécegas I e II, próximas ao camping. Após uma breve trilha com a Tanajura, seguimos a pé para a primeira cachoeira, Almécegas II, com uma trilha mais leve e melhor para o banho. A seguir, fomos para Almécegas I com uma subida um pouco mais intensa e uma bela vista do topo de um morro frontal à cachoeira. Saindo dali, seguimos para nosso segundo destino: o misterioso Vale da Lua. Uma corredeira d’água que corre por cima e por dentro de rochas esculpidas pela água formando pequenas cavernas num visual que lembra a superfície lunar.

O vale fica de frente para a imensa chapada que ao final da tarde recebeu os últimos raios de sol em sua parede formando um belíssimo efeito na chapada com um forte tom de vermelho.

Saindo do Vale da Lua seguimos já ao anoitecer para o último destino do dia como havia nos sido recomendado: o jardim do Éden. A estrada até o local era longa e muito esburacada. E, ao chegarmos lá tivemos uma surpresa negativa: local escuro e pouco atrativo com uma trilha que, ao final, levava até 3 pequenas piscinas naturais de água morna nas quais encontramos 3 casais em momentos íntimos. Voltando do Éden, demos carona (bem apertados!!) para um caminhoneiro que havia quebrado a embreagem ainda quando passamos por ele na ida. Foi muito bom termos conhecido aquele rapaz que nos deu uma excelente dica de caminho para Bom Jesus da Lapa – BA, nosso próximo destino.

O segundo e último dia na chapada foi fechado com chave de ouro! Visitamos duas cachoeiras dentro de uma mesma reserva de patrimônio histórico, sendo uma delas uma das mais belas que vimos até hoje:  a cachoeira de Santa Bárbara. As cachoeiras ficam dentro do território quilombola conhecido como Kalungas – nome dado em referência a uma planta local. E são os próprios Kalungas que guiam a visita pela região.

O nosso guia era um rapaz com 30 e poucos anos, negro de pele bem escura. Alto e de poucas palavras, nos conduziu a passos largos e firmes por mais de 20 minutos pelo belíssimo descampado com vegetação baixa e amarelada aos pés de uma imponente chapada. Ao final da caminhada entramos por uma mata de vegetação fechada e úmida, quando nos deparamos com a majestosa cachoeira de Santa Bárbara.

Com sua queda de 25 metros e uma piscina natural de aproximadamente 12 metros de diâmetro, tinha uma água límpida e um azul nunca visto antes, por nós, em uma cachoeira.

E de lá seguimos para nosso último destino na Chapada. A cachoeira das capivaras, também na reserva quilombola, possuía em seu topo uma bela e ampla vista da chapada.

Voltamos para o camping ao anoitecer quando a lua cheia nascia ao lado do morro da baleia num céu estrelado como de deserto. Era o nosso adeus à Chapada!